segunda-feira, 29 de dezembro de 2008

Admirável Mundo Novo





Não existem casamentos nem família. As crianças são produzidas e condicionadas para serem os adultos que é necessário que sejam, de forma a que seja garantida a estabilidade social, numa sociedade onde se venera “Nosso Ford” e onde todas as coisas são tão perfeitamente planeadas e estruturadas que fazem parecer o Caos em que vivemos um paraíso livre e libertador.
Trata-se de uma enfadonha utopia que retira ao indivíduo toda e qualquer liberdade de escolha e que, quando algum imprevisto surge, basta um comprimido de “SOMA” para que tudo volte à normal e inconsciente felicidade, metodicamente programada e preparada por outros.
Ali, somos marionetas cujos cordões são puxados pela urgência das convenções inertes da sociedade estável e imóvel das esperanças e dos receios pueris daqueles detêm o controlo das liberdades, das opções e até dos pensamentos de todos os indivíduos.
Contudo, existe sempre a excepção à regra, existe a dissidência física, espiritual e intelectual daqueles que não sucumbem à tirania das maiorias e dos poderes implementados, por desconhecerem o que está longe da sua “reserva de selvagens”, não possuindo a paradoxal bênção da civilização e porque, por isso, mantêm a força e a inocência pura do espírito indomado e indomável.
É uma obra genial de Aldous Huxley, que rompe com as regras estabelecidas e que, numa análise de extrema lucidez e originalidade, faz uma crítica tremenda às aspirações, possivelmente genuínas, mas, ao mesmo tempo, impensadas e inconscientes dos mais progressistas dos líderes.

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