sexta-feira, 28 de novembro de 2008

À Procura da Terra do Nunca (Finding Neverland)


SINOPSE
As imaginações prodigiosas de um homem entrelaçam-se numa emocionante história inspirada em acontecimentos da vida do escritor escocês James Mathew Barrie.Após o insucesso de sua última peça, e com uma vida amorosa algo decepcionante, J.M.Barrie, desafiando as convenções de uma Londres eduardiana, torna-se acompanhante de uma viúva solitária e pai substituto para os seus quatro jovens filhos.Na companhia dessa nova família, Barrie encontrará a grande inspiração para criar o ficcional herói Peter Pan, o famoso clássico da literatura infantil, que fala directamente com a criança que existe em todos nós.

Opinião:
Para mim foi um filme surpreendente (nunca tinha pensado no Peter Pan desta forma), emocionante e extremamente sensível. Devo acrescentar a fantástica interpretação de Johnny Depp e de Freddie Highmore (às lágrimas do final são de uma realidade arrepiante).
Um óptimo filme Mara ver e rever.

REALIZADOR Marc Forster
INTÉRPRETES Johnny Depp, Kate Winslet, Julie Christie, Radha Mitchell, Dustin Hoffman, Freddie Highmore, Joe Prospero, Nick Roud, Luke Spill, Ian Hart, Kelly Macdonald, Mackenzie Crook, Eileen Essel.
Ano: 2004
Duração: 97 minutos
Extras: 7 NOMEAÇÕES OSCAR® DA ACADEMIA™ incluindo MELHOR FILME

Sugestão:
Ver também Charlie e a Fábrica de Chocolate, com Johnny Depp e Freddie Highmore.

segunda-feira, 17 de novembro de 2008

Jeff Buckley - Grace



Jeff Buckley - "Hallelujah"

É intemporal.
Numa década dominada pelo grunge, Grace é um álbum rock e bastante complexo.
Todo o álbum tem por base a voz quente e intimista de Buckley aliada a composições de grande sensibilidade, variando entre temas de mais consciência, românticos, “agrestes” e violentos pela intensidade e culminando num cover fantástico de “Hallelujah” de Leonard Cohen.
Tudo isto torna Grace numa obra superior, atrever-me-ia a dizer perfeita. Soma-se-lhe a morte prematura, de um pretenso génio da música, e temos a receita para a intemporalidade.
Como álbum de estreia e, ao mesmo tempo, ponto final da carreira, deste artista , ficamos a pensar que papel extraordinário teria tido Jeff Buckley no mundo da música se tivesse vivido mais tempo.

Sugestão: Ouvir também “Sketches for my Sweetheart the Drunk”.

1. "Mojo Pin" (Jeff Buckley, Gary Lucas) – 5:42
2. "Grace" (Jeff Buckley, Gary Lucas) – 5:22
3. "Last Goodbye" (Jeff Buckley) – 4:35[5]
4. "Lilac Wine" (James Shelton) – 4:32
5. "So Real" (Jeff Buckley, Michael Tighe) – 4:43
6. "Hallelujah" (Leonard Cohen) – 6:53
7. "Lover, You Should've Come Over" (Jeff Buckley) – 6:43
8. "Corpus Christi Carol" (Benjamin Britten) – 2:56
9. "Eternal Life" (Jeff Buckley) – 4:52
10. "Dream Brother" (Jeff Buckley, Mick Grondahl, Matt Johnson) – 5:26

quarta-feira, 12 de novembro de 2008

Eugénio de Andrade










A mais bela definição de amor


Muitos tentaram e muitos conseguiram, mas nenhum com tanta verdade como Eugénio de Andrade no poema “Quase Nada”. É que após a “longa e só hesitação”, surgem as mais puras palavras que já tive oportunidade de ler…

QUASE NADA

O amor
é uma ave a tremer
nas mãos duma criança.
Serve-se de palavras
por ignorar
que as manhãs mais limpas
não têm voz.

Eugénio de Andrade, in Primeiros Poemas

“Diante do papel, que «la blancheur défend», o poeta é uma longa e só hesitação”, diz o autor de Os Amantes Sem Dinheiro, acerca do seu processo de produção poética. Após uma declaração destas, é certo que se pode, com aparente razão, argumentar que palavras como as deste poema, que carecem daquilo a que chamamos espontaneidade, que foram previamente pensadas de forma morosa e são, com certeza, fruto de um trabalho aturado do poeta, não podem ser puras, mas antes artificiais e fabricadas. Contudo, é necessário lembrar e ter consciência que espíritos realmente puros, dificilmente os haverá e, como nas palavras, é necessário um longo e penoso sacrifício a que poucos se atrevem: extrair do espírito as influências nefastas do exterior e caminhar, sozinho, para a descoberta da beleza cristalina e leve, tão rara no nosso efémero quotidiano.